quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Amizade...

Como psicóloga eu acredito muito na terapia e no quanto ela pode ajudar as pessoas a se encontrarem, a tomarem posse da suas vidas e desenvolverem todo o potencial que possuem... Digo isso também como cliente, eu desfruto das vantagens oferecidas por uma boa terapia. E não me canso de ressaltar a importância dessa relação de ajuda tão peculiar... É difícil nos olharmos e tomarmos posse de nós mesmos, mas quando o fazemos é muito bom!!!


Entre os psicólogos sempre se discuti se todas as pessoas precisam necessariamente de terapia, e, apesar de achar que fazer terapia é super importante, não tenho a pretensão de dizer que todas as pessoas são obrigadas a fazer terapia para se encontrarem e serem felizes em suas vidas... Tem pessoas que nunca vão entrar num consultório de psicologia e, nem por isso, vamos dizer que elas não são felizes ou que não têm uma vida autêntica.


Mas de uma coisa eu sei, todos nós precisamos de relações que nos confirmem e que nos ajudem a nos desenvolvermos na vida. Seja com os pais, algum professor, primos, irmãos, amigos...


Para mim, a amizade é um tipo de relação que mais pode nos proporcionar momentos terapêuticos (Essas relações citadas não são terapia, mas podem ser extremamente terapêuticas!!!), na amizade podemos ser nós mesmos, podemos tirar as máscaras, sermos ouvidos sem reservas... Eu considero as amizades uma das maiores bênçãos criadas por Deus, e agradeço muito a Ele pelo meus amigos, que, graças a Deus não são poucos!


O que me inspirou a escrever esse post é um encontro que tive com uma grande amiga e o sentimento de alegria e satisfação me remete também a todos os momentos perfeitos que já tive com os meus amigos. É muito bom poder se sentir compreendido, ser aceito, poder dividir de tudo com alguém que é como nós e que topa também compartilhar a sua vida conosco.


É claro que a relação terapêutica na terapia com o psicólogo tem a sua importância e tem coisas que só um profissional pode detectar e ter um cuidado específico... por isso, eu sei que um grande amigo, quando percebe que tem algo de errado com o seu amigo vai ajudá-lo a procurar uma ajuda profissional, sendo assim, feliz é aquele que pode desfrutar desses dois tipos de relação. A questão não é definirmos quem precisa ou não de terapia, o mais importante é termos um olhar a atento a nós mesmos para perceber essa necessidade, se ela existir... e se tivermos dificuldade de fazer isso, teremos amigos de verdade para nos apontar e cuidar de nós!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Amor próprio ou egoísmo... eis a questão!

Esse é um tema intrigante, né? Quando o amor próprio vira egoísmo, ou será que são conceitos idênticos? Tem como amar ao próximo como a nós mesmos? Parece até paradoxal, mas só amo o outro se eu me amo... mas se sou egoísta, eu consigo amar ao outro???

Para jogarmos uma luz sobre esse tema, que nos ajudará a entendê-lo melhor, quero compartilhar umas palavras de um autor que gosto muito! Rollo May, psicólogo existencialista, americano. Este trecho é do livro dele chamado "O Homem à Procura de Si Mesmo"

"Felizmente, porém, não mais precisamos argumentar que o amor de si mesmo é não só necessário, como um bem, além de ser indispensável ao amor do próximo. Eric Fromm, em sua excelente análise "Egoismo e amor próprio" deixou bem claro que o egoísmo e a excessiva preocupação com sua pessoa brotam, na verdade, do ódio por si mesmo. E observa que o amor próprio não é a mesma coisa que egoísmo e, sim, o oposto; isto é, a pessoa que se sente intimamente indigna precisa valorizar-se pelo egoísmo, e aquela que tem uma compreensão sadia do próprio valor e que ama a si mesma possui as bases para agir com generosidade em relação ao próximo..." "Kierkegaard expressou de maneira bastante vigorosa:
' Se a pessoa não aprender como o cristianismo a amar a si mesma de maneira correta também não poderá amar aos seus semelhantes... Amar a si mesmo corretamente e aos semelhantes são conceitos absolutamente análogos e, no fundo, são idênticos... Daí o mandamento - Amarás a ti mesmo como ao teu próximo, quando o amas como a ti mesmo - '
Abraços!

sábado, 25 de setembro de 2010

Psicólogo...

"Pois fica decretado, a partir de hoje, 
que psicólogo é gente também. 
Sofre e chora, ama e sente, às vezes, 
precisa falar: O olhar atento, o ouvido aberto, 
escutanto a tristeza do outro, quando, às vezes 
a tristeza maior está dentro do seu peito. 
Quanto a mim, fico triste e fico alegre 
e sinto raiva também. Sou de carne e osso, 
e quero que você saiba isso de mim 
E agora, que jah sabe que sou gente, 
quer falar de você pra mim?" 

Cyro Martins


sexta-feira, 24 de setembro de 2010

"Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que se é..."

Essa frase muito bem escrita pelo Caetano Veloso sempre me intrigou... Desde os meus primeiros semestres de faculdade, quando a conheci, volta e meia me coloco a pensar nela!

Com o tempo foi entendendo essa frase um pouco melhor, a medida que estudei mais sobre o ser humano, que caminhei na vida e na terapia, é claro! rs
Quando resolvemos viver a nossa vida, tomar as rédeas da nossa existência e se lançar no mundo enfrentamos uma série de obstáculos vindos do mundo e das pessoas que nos cercam e também de nós mesmos... Todo mundo que se aventurou nessa tarefa sabe dizer o quanto difícil é colocá-la em prática.

Somos seres de relação e o nosso crescimento e desenvolvimento depende inevitavelmente das nossas relações com os que nos cercam e com o mundo. Mas, quando não tomamos cuidado com a nossa vida acabamos nos prendendo aos outros, ou ao que os outros esperam de nós. Sabermos qual é a medida da necessidade que temos das nossas relações e quando isso se torna uma prisão é muito difícil, mas quando descobrimos é muito legal!

Precisamos de uma grande quantidade de energia, disposição e de suporte para lutarmos e sermos nós mesmos, mas quando topamos essa grande aventura percebemos a delícia que é nos descobrirmos inteiros e crescidos e, assim, podemos nos relacionar com os outros de uma maneira muito melhor...

Dizem por aí que procuramos a "outra metade da nossa laranja"... mas na verdade nós só conseguimos encontrar a "outra metade" quando estamos inteiros!

Portanto, junto com o Caetano Veloso, te convido a apostar nessa grande aventura de ser o que se é, que é dolorosa, mas deliciosa também!

Grande abraço!